Ribeirão das Neves além do óbvio: conheça o que realmente faz nossa cidade especial!

Este espaço foi criado com o intuito de ser uma Cartografia Participativa de Ribeirão das Neves, uma cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (capital do estado de Minas Gerais, Brasil), tendo como principais pesquisadores e desenvolvedores, estudantes do ensino médio integrado à formação técnica do Instituto Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais-IFMG, campus de Ribeirão das Neves, curso de informática, auxiliados por professores orientadores do mesmo instituto (Saiba mais).

Nosso objetivo é apresentar o município à população de forma positiva, focando em espaços culturais, artísticos e educativos da cidade, espaços esses que contribuem para identidade de Ribeirão das Neves. Nesse sentido, a partir do conceito de anúncio de Paulo Freire (1921 – 1997), o projeto desvela e anuncia uma cidade para além de seus estereótipos, mas descortina uma cidade em pleno crescimento e cotidianamente sendo construída por instituições diversas, empresas, comércios, mas principalmente pela força de seus moradores, sejam crianças, jovens, adultos ou idosos.

Paulo Freire - Educador, filósofo e escritor brasileiro, reconhecido mundialmente por suas contribuições à pedagogia crítica e à educação popular.

Anúncio: Aqueles comprometidos com a transformação do mundo são proféticos, pensando na sua condição de ser mais, já que denunciam, mas também anunciam o meio em que vivem. Assim sendo, além de denunciar é necessário anunciar uma nova realidade a partir do seu contexto social e histórico. (FREIRE, 1980)

No Projeta Neves você descobrirá: A história de Ribeirão das Neves, desde a sua origem até à sua atualidade; diversos projetos relacionados à Arte, Cultura e Lazer presentes na cidade de Ribeirão das Neves, juntamente com informações detalhadas sobre os mesmos, como locais de atuação e propósitos; além disso, aqui você encontrará e poderá participar do Mapeamento, já desenvolvido, dos variados movimentos sociais e culturais vigentes no município que reforçam a nova identidade de Ribeirão das Neves que se distancia fortemente de estereótipos negativos atribuídos a cidade.

A História de Ribeirão das Neves

A história de Ribeirão das Neves inicia-se no século XVIII, quando a região era conhecida como “Matas de Bento Pires”. Em 1745, o mestre-de-campo Jacintho Vieira da Costa recebeu uma sesmaria, erguendo em 1747 a Capela de Nossa Senhora das Neves — e assim surgiu a “Fazenda das Neves”, nome que daria origem à cidade. Com a morte de Jacintho em 1760, os conflitos sucessórios marcaram o desenvolvimento até que, em fins daquele século, o Capitão José Luís de Andrade adquiriu a fazenda, estabelecendo-se com sua família e consolidando a estrutura local.

A partir de 1827, a localidade foi elevada à condição de distrito de paz, com cerca de 1.241 habitantes, mas sofreu transformações administrativas nas décadas seguintes, passando por anexações a diversos municípios como Contagem, Betim e Pedro Leopoldo. A transformação mais significativa ocorreu com a implantação da Penitenciária Agrícola de Neves, inaugurada em 1938, que impulsionou o crescimento populacional e urbano da região. Finalmente, em 12 de dezembro de 1953, Ribeirão das Neves se emancipou, tornando-se município composto pelos distritos sede (Neves) e Justinópolis.

Ao longo dos anos, a cidade vivenciou um acelerado crescimento urbano, especialmente a partir dos anos 1970, muitas vezes de forma desordenada, resultando em ocupações periféricas que refletem os desafios vividos pela população, como infraestrutura precária, saneamento básico falho, habitação e serviços públicos insuficientes.

No entanto, Ribeirão das Neves vem gradualmente abandonando a pecha de “cidade-dormitório”. Isso se deve à diversificação econômica que inclui indústrias cerâmicas, de canos, tecidos, refrigerantes, farmacêuticas, além de centros de distribuição e atacados. A presença do setor primário – como agricultura de pequeno porte e extração de gnaisse – também marca a economia local. Projetos de urbanização, investimentos em infraestrutura (avenida Eduardo Brandão, iluminação LED, pavimentação de ruas, escolas e saúde), atração de empresas via incentivos fiscais (PRODEM) e geração de empregos reforçam essa transformação.

A vivência do povo nevense é marcada também pela fé e cultura. As celebrações em honra à padroeira, Nossa Senhora das Neves, especialmente a tradicional “Festa de Agosto”, reúnem comunidade com missas, barraquinhas, shows e fogos, fortalecendo o vínculo popular. Patrimônios como a Igreja Matriz e o Mercado Municipal são pontos de encontro e expressão cultural — o mercado, em especial, reflete a culinária e o cotidiano local, com produtos típicos como o pastel de angu. Espaços como o Parque Ecológico e o Parque da Lajinha evidenciam a riqueza natural e o potencial de lazer e convivência da cidade.

Há igualmente forte presença de história e resistência nas comunidades quilombolas, como a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Justinópolis — testemunho vivo da cultura afrodescendente, que enfrenta desafios como a perda de território e pressões urbanísticas, mas permanece unida preservando tradições, festividades e identidade.

Além disso, iniciativas sociais como a “Cidade dos Meninos São Vicente de Paulo” acolhem jovens em situação de vulnerabilidade, oferecendo educação, esporte, atividades culturais e formação, reforçando a importância da cidade como espaço de acolhimento e desenvolvimento humano.

Em síntese, Ribeirão das Neves é uma cidade que nasceu entre terras rurais e devoção, evoluiu em meio a desafios estruturais e administrativos, e hoje emerge como um polo em constante transformação. Sua história é vivida nas ruas e nas festas, nas lutas por direitos e territórios, nas fábricas e nos parques — e principalmente na cotidianidade de seus moradores, que constroem seu futuro com orgulho, fé e resiliência.

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Emily

Estudante de informática do 2° ano do ensino médio técnico integrado no IFMG.

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Sarah Rayane

Estudante de informática do 2° ano do ensino médio técnico integrado no IFMG.

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Carla Moraes

Estudante de informática do 2° ano do ensino médio técnico integrado no IFMG.

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Laís

Estudante de informática do 2° ano do ensino médio técnico integrado no IFMG.

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Gustavo Ferreira

Estudante de informática do 2° ano do ensino médio técnico integrado no IFMG.

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Phabrício Raphael

Estudante de informática do 2° ano do ensino médio técnico integrado no IFMG.

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Lucas Eduardo

Estudante de informática do 2° ano do ensino médio técnico integrado no IFMG.

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Moisés Pereira

Co-orientador e professor do IFMG, coordenador do curso Técnico em Informática no Campus Ribeirão das Neves; Doutor e mestre em Modelagem Matemática e Computacional.

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Paulo Felipe

Orientador e professor do IFMG Campus Ribeirão das Neves, docente de geografia; Pedagogo; Doutor e Mestre em Educação.

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Camila Laranjeira

Professora orientadora da disciplina Projeto Integrador do IFMG campus Ribeirão das Neves, docente de informática.